{"id":875,"date":"2023-02-25T17:37:40","date_gmt":"2023-02-25T20:37:40","guid":{"rendered":"https:\/\/fbrrolamentos.com.br\/?page_id=875"},"modified":"2024-01-10T11:01:49","modified_gmt":"2024-01-10T14:01:49","slug":"origem-do-rolamento","status":"publish","type":"page","link":"https:\/\/fbrrolamentos.com.br\/origem-do-rolamento\/","title":{"rendered":"origem do rolamento"},"content":{"rendered":"\t\t
Da Antiguidade Aos Tempos Atuais<\/strong><\/p>\n A primeira utilidade do \u201crolamento<\/a>\u201d<\/strong> que nos vem \u00e0 cabe\u00e7a \u00e9 servir como elemento auxiliar no transporte (at\u00e9 por causa dos carrinhos de \u201crolim\u00e3<\/a>\u201d<\/strong> da inf\u00e2ncia). E nisso os \u201crolamentos<\/a>\u201d<\/strong> s\u00e3o bem antigos. Alguns situam o in\u00edcio do seu uso por volta do ano 4.000 A.C., ajudando os Scandinavos a deslizar com seus tren\u00f3s. Atrav\u00e9s de pictografias existentes na Noruega podemos ver uma estrutura formada por madeiras com rodas que se assemelhava a um tren\u00f3. Outros historiadores preferem apontar o seu in\u00edcio por volta de 3.500 A.C., quando os Sum\u00e9rios utilizaram um cubo de roda constru\u00eddo em madeira montado sobre um eixo tamb\u00e9m de madeira, conforme uma ilustra\u00e7\u00e3o de uma biga usada por este povo.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n J\u00e1 os eg\u00edpcios apresentam diversas provas do seu uso. A constru\u00e7\u00e3o de seus in\u00fameros monumentos foi muito facilitada quando passaram a usar rolos de madeiras para transportar pedras de grande peso. H\u00e1 inclusive uma ilustra\u00e7\u00e3o datada de cerca de 1.800 A.C., que mostra um eg\u00edpcio na ponta da pedra entornando um lubrificante no ch\u00e3o. Essa ilustra\u00e7\u00e3o \u00e9 freq\u00fcentemente referida como a mais antiga figura de um \u201cengenho de lubrifica\u00e7\u00e3o\u201d<\/strong> trabalhando.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Nas civiliza\u00e7\u00f5es cl\u00e1ssicas, Gr\u00e9cia e Roma, temos grandes aplica\u00e7\u00f5es de \u201celementos rolantes\u201d<\/strong>. Em muitos escritos gregos encontramos refer\u00eancias ao uso de \u201crolim\u00e3s<\/a>\u201d<\/strong> ou \u201cesferas\u201d<\/strong> e sobre as vantagens do uso de objetos esf\u00e9ricos para prop\u00f3sitos geom\u00e9tricos e para aplica\u00e7\u00f5es de engenharia, como em suas catapultas. Por\u00e9m \u00e9 na civiliza\u00e7\u00e3o Romana onde os mais espetaculares desenvolvimentos s\u00e3o encontrados. Cerca de 30 quil\u00f4metros de Roma h\u00e1 um lago chamado Nemi, onde, no in\u00edcio deste s\u00e9culo, arqueologistas descobriram duas embarca\u00e7\u00f5es. Entre os in\u00fameros objetos encontrados, temos \u201cduas esferas\u201d<\/strong> que representam dois pontos de sumo interesse: um \u00e9 o uso de metal nessas esferas, uma transi\u00e7\u00e3o do uso de madeira para metal em \u201crolamentos<\/a>\u201d<\/strong>, e outro \u00e9 o fato de que representa uma das mais antigas formas de \u201crolamentos\u201d<\/strong> propriamente dito, apesar de que as esferas ou bolas n\u00e3o tinham livre rota\u00e7\u00e3o como nos modernos \u201crolamentos\u201d<\/strong>. Na mesma \u00e9poca dos Romanos, os Celtas tamb\u00e9m mostram evid\u00eancias do uso de \u201crolamentos<\/a>\u201d<\/strong>.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Ao longo do per\u00edodo da idade m\u00e9dia, o chamado \u201cper\u00edodo negro\u201d em termos de desenvolvimento tecnol\u00f3gico, existe pouca evid\u00eancia do uso ou desenvolvimento continuado de \u201crolamentos<\/a>\u201d<\/strong>. Isto \u00e9, na verdade, uma realidade para v\u00e1rios aspectos da tecnologia e da cultura em geral, de modo que somente no in\u00edcio do s\u00e9culo XVI voltamos a falar de \u201crolamentos<\/a>\u201d<\/strong>.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Por volta do ano 1.500 \u00e9 que Leonardo da Vinci consubstanciou um dos sonhos mais antigos da humanidade, o de possuir um ve\u00edculo que se locomove sem o emprego de for\u00e7a muscular, em ideia concreta, fixando suas concep\u00e7\u00f5es em desenhos t\u00e9cnicos. N\u00e3o h\u00e1 qualquer d\u00favida a respeito de que foi Leonardo da Vinci tamb\u00e9m quem primeiro pensou num ve\u00edculo de locomo\u00e7\u00e3o por for\u00e7a pr\u00f3pria. Comprova-se isto por uma ilustra\u00e7\u00e3o sua e pelo projeto de um carro, impulsionado por um sistema de molas que possui at\u00e9 uma transmiss\u00e3o com diferencial.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Provavelmente, Leonardo nunca chegou a realizar seu carro de autopropuls\u00e3o, no entanto, cabe-lhe o m\u00e9rito de ter tido a ideia de utilizar a energia armazenada num sistema de molas para locomover um ve\u00edculo.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Este carro, que pode ser considerado como o percursor do autom\u00f3vel moderno, provavelmente representa o \u00faltimo est\u00e1gio de um processo de desenvolvimento de Leonardo da Vinci. Isto se depreende claramente de seus desenhos. V\u00e1rios dos componentes essenciais do autom\u00f3vel de hoje podem ser atribu\u00eddos diretamente a Leonardo. Assim, por exemplo, Leonardo foi o primeiro a idealizar e desenhar um sistema de transmiss\u00e3o para um ve\u00edculo com caixa de redu\u00e7\u00e3o e volante de dire\u00e7\u00e3o. Em outro projeto de ve\u00edculos, tamb\u00e9m tinha previsto rodas dirig\u00edveis.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n A for\u00e7a motriz neste projeto era proporcionada por \u201c8 homens\u201d acionando manivelas, sendo transmitida para as rodas atrav\u00e9s de uma caixa redutora. Finalmente, idealizou para o ve\u00edculo autopropulsionado o sistema de tra\u00e7\u00e3o individual das rodas, e um engrenamento epic\u00edclico, que pode ser considerado como precursor do diferencial moderno.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n S\u00e3o perfeitamente identific\u00e1veis essas pe\u00e7as do ve\u00edculo nos seus desenhos. Em compensa\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 muito n\u00edtida a representa\u00e7\u00e3o daquela parte que se refere ao sistema de acionamento com molas, o qual deveria suprir o ve\u00edculo com a necess\u00e1ria for\u00e7a motriz. Conclui-se que foi a falta de um \u201cmotor\u201d adequado que obrigou Leonardo a renunciar \u00e1 concretiza\u00e7\u00e3o de seu \u201cve\u00edculo autopropulsionado\u201d.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Como \u00e9 not\u00f3rio, o g\u00eanio universalista de Leonardo da Vinci se ocupou com in\u00fameras coisas e ideias. Mesmo um assunto hoje t\u00e3o atual quanto a economia de energia pode ser atribu\u00eddo a ele, pois que Leonardo estudou muito intensamente o princ\u00edpio do fen\u00f4meno do atrito. Deve-se a ele a clara e completa distin\u00e7\u00e3o entre o atrito deslizante e rolante entre corpos s\u00f3lidos. Suas pesquisas te\u00f3ricas e pr\u00e1ticas abrangeram tamb\u00e9m as diferen\u00e7as de magnitude do atrito conforme esp\u00e9cie dos materiais em contato e tamb\u00e9m, conforme a utiliza\u00e7\u00e3o de meios lubrificantes entre as superf\u00edcies.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Leonardo da Vinci dedicou especial aten\u00e7\u00e3o \u00e1 quest\u00e3o da redu\u00e7\u00e3o da resist\u00eancia de atrito, utilizado na sustenta\u00e7\u00e3o de corpos rotativos. Para tanto, muitas vezes ele previu cilindros, conforme os mostrados no desenho de seu projeto.<\/span><\/span><\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t Estes rudimentares projetos de \u201crolamento<\/a>\u201d<\/strong> provam que Leonardo da Vinci j\u00e1 tinha descoberto a maneira de reduzir a resist\u00eancia de giro, mediante o aux\u00edlio de cilindros que servem como \u201ccorpos rolantes\u201d.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n As ideias de um ve\u00edculo autopropulsionado e as concep\u00e7\u00f5es de mancais com baixo \u00edndice de atrito j\u00e1 existiam l\u00e1 pelo ano de 1.500. Entretanto, at\u00e9 a concretiza\u00e7\u00e3o destes projetos dever-se-iam passar ainda alguns s\u00e9culos. Somente no s\u00e9culo XVIII surgiu uma fonte de energia razo\u00e1vel, com a m\u00e1quina movida a vapor, que facultou James Watt em 1.759 a construir um pequeno modelo de um ve\u00edculo autopropulsionado, pr\u00f3prio para locomover-se pelas ruas. Um certo desenvolvimento t\u00e9cnico destes ve\u00edculos a vapor ocorreu nos s\u00e9culos XVIII e XIX. Mas s\u00f3 com a descoberta do motor \u00e1 combust\u00e3o foi dada uma base decisiva para o advento do autom\u00f3vel como n\u00f3s o conhecemos hoje.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n A hist\u00f3ria dos primeiros \u201crolamentos<\/a>\u201d<\/strong> se assemelha \u00e1 do desenvolvimento do autom\u00f3vel. Da ideia at\u00e9 a condi\u00e7\u00e3o de fabrica\u00e7\u00e3o industrial foi um longo e dif\u00edcil caminho. Sob o enfoque do princ\u00edpio fundamental, j\u00e1 na mais remota antiguidade foram empregados rolos cil\u00edndricos de madeira para o transporte de pedras pesadas, que podemos considerar, de certa forma, os r\u00fasticos ancestrais dos \u201crolamentos de rolos<\/a>\u201d<\/strong>, sem levar em considera\u00e7\u00e3o, \u00e9 claro, a concep\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica e as aplica\u00e7\u00f5es modernas dos \u201crolamentos<\/a>\u201d<\/strong> de nossos dias. Do mesmo modo como aconteceu a Leonardo da Vinci, o sucesso pr\u00e1tico foi negado aos inventores do fim do s\u00e9culo XVIII e in\u00edcio do s\u00e9culo XIX. A transforma\u00e7\u00e3o das ideias em pr\u00e1tica esbarrava, segundo as evid\u00eancias, na impossibilidade de se produzir \u201cesferas\u201d<\/strong> com a precis\u00e3o necess\u00e1ria.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n A ideia fundamental da redu\u00e7\u00e3o do atrito e a consequente economia de energia com a utiliza\u00e7\u00e3o do \u201crolamento<\/a>\u201d<\/strong> permanece at\u00e9 hoje. A concretiza\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica deste princ\u00edpio b\u00e1sico foi imposta com o surgimento das bicicletas em meados do s\u00e9culo XIX, quando a necessidade de se economizar for\u00e7a podia ser sentida no pr\u00f3prio corpo.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n O desenvolvimento dos primeiros \u201crolamentos de esferas<\/a>\u201d<\/strong> recebeu um grande impulso gra\u00e7as \u00e0 bicicleta. Ap\u00f3s algumas muta\u00e7\u00f5es nos projetos, desenvolveu-se o assim chamado \u201crolamento tipo cone<\/a>\u201d<\/strong>. Eram \u201crolamentos de esferas<\/a>\u201d<\/strong> em que seus an\u00e9is formavam a figura de um cone. Foram considerados como a solu\u00e7\u00e3o adequada para cubos de rodas e pedaleiros. N\u00e3o admira, portanto, que um \u201crolamento tipo cone ajust\u00e1vel\u201c<\/strong> tenha, no fim do s\u00e9culo passado, substitu\u00eddo o mancal deslizante at\u00e9 ent\u00e3o utilizado nas rodas dos ve\u00edculos. O baixo \u00edndice de atrito e a maior seguran\u00e7a de funcionamento foram os fatores determinantes para a introdu\u00e7\u00e3o dos \u201crolamentos<\/a>\u201d<\/strong>.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Na Europa, inicialmente, o desenvolvimento concentrou-se nos \u201crolamentos de esferas<\/a>\u201d<\/strong>. As experi\u00eancias com \u201crolamentos de rolos<\/a>\u201d<\/strong> n\u00e3o foram as melhores. Nos Estados Unidos o desenvolvimento da ind\u00fastria automobil\u00edstica se baseou mais nos \u201crolamentos de rolos<\/a>\u201d<\/strong> e, em especial, nos \u201crolamentos de rolos c\u00f4nicos<\/a>\u201d<\/strong>. Na mesma \u00e9poca, na Europa, desenvolveu-se o \u201crolamento de rolos cil\u00edndricos<\/a>\u201d<\/strong> e o \u201crolamento autocompensador de uma carreira de rolos esf\u00e9ricos<\/a>\u201d<\/strong>.<\/span><\/span><\/span><\/p>\n Bem, aqui j\u00e1 ingressamos nos tempos modernos. E o desenvolvimento do \u201crolamento<\/a>\u201d<\/strong> continua at\u00e9 hoje. A pesquisa \u00e9 cont\u00ednua e novos produtos mais adequados \u00e0s necessidades dos clientes v\u00e3o surgindo. \u00c9 importante ressaltar tamb\u00e9m a pesquisa de novas mat\u00e9rias-primas, como poliamida e cer\u00e2mica. Enfim o \u201crolamento<\/a>\u201d<\/strong> do s\u00e9culo XXI, j\u00e1 est\u00e1 entrando nas pranchetas de hoje.<\/span><\/span><\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t \u201cTodo texto deste artigo \u00e9 c\u00f3pia fiel do Cap\u00edtulo II, do Livro: \u201cA Ind\u00fastria de Rolamentos no Brasil<\/a>\u201d, que gentilmente nos foi cedido pela Srta.C\u00edntia Gordo<\/strong>, da NSK do Brasil Ltda<\/strong>, para ela nossos sinceros agradecimentos..\u201d<\/span><\/span><\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t